Nesta quarta-feira, 30 de agosto, o diretor-presidente do Instituto Internacional de Identificação (InterID), Célio Ribeiro, palestrou durante a Conferência Internacional de Ciências Forenses (InterForensics 2023), em Brasília-DF. Ribeiro destacou a vital importância da rápida implantação da infraestrutura necessária para o funcionamento eficaz do Sistema Nacional de Identificação.
“Sem um Sistema Nacional de Identificação robusto, projetos cruciais como a Carteira de Identidade Nacional (CIN) não passarão de meras propostas”, advertiu Ribeiro. Ele ressaltou que, em um mundo cada vez mais digitalizado e interconectado, a falta de um sistema de identificação unificado põe em risco não apenas a segurança individual, mas também compromete iniciativas em setores como saúde, educação e segurança pública.
Um dos pontos altos da apresentação foi quando Célio Ribeiro abordou uma causa que ele mesmo descreveu como “missão de vida”: a subtração e troca de bebês em maternidades. “Infelizmente, ainda vivemos uma situação no Brasil onde crianças desaparecem de maternidades devido ao tráfico humano”, lamentou.
Ribeiro defendeu que a introdução de um sistema de identificação civil avançado, que inclua a correta relação biométrica entre a mãe e o recém-nascido, poderia reduzir drasticamente tais incidentes. “Se pudermos identificar cada recém-nascido com precisão no momento de seu nascimento, estaremos dando um passo gigante na erradicação deste tipo de crime”, explicou.
A data da palestra não foi escolhida ao acaso. Em 30 de agosto, celebra-se o Dia Internacional da Pessoa Desaparecida, um drama humano que afeta milhares de famílias em todo o mundo. “O sofrimento de uma família que não sabe o paradeiro de um ente querido poderia ser amplamente mitigado com uma política pública eficaz na área da identificação”, pontuou o diretor-presidente.
Na oportunidade, também palestrou o Coordenador-Geral de Identificação Civil da Secretaria de Governo Digital, Eduardo Lacerda, que abordou o Programa de Identificação Civil no Brasil, destacando números de CIN emitidas e como a ausência de um documento de identidade robusto afeta os cofres públicos e a segurança da população.